Tá vendo aqueles dois humanos ali? - perguntou a pata ao pato.
Claro que estou! - respondeu ele.
Parece que estão começando aquilo que eles chamam de relacionamento. - disse a pata.
É, parece! - falou o pato entre o bico, pois não estava muito afim de conversar.
Já notou que, com os humanos, no início tudo parece uma maravilha. - continuou a pata tagarelando - Se agarram, se esfregam uns nos outros, isso sem contar aquele negócio de beijo.
É,parece! - grasnou o pato.
Ainda bem que não temos esse comportamento. - continuou a pata indiferente a impaciência do companheiro - Também, nem querendo poderíamos ter; não temos braços, então nada de abraçar; a esfregação até podemos ter, mas tendo muito cuidado com nossas penas; beijar,então, com esses nossos lindos bicos nem pensar; além do mais nossas línguas não avançam a ponto de se ficarem disputando espaço como eles, humanos, parecem fazer com esse negócio de beijo.
Por mais que estivesse impaciente e incomodado com aquela ladainha o pato teve que concordar: É, parece!
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Uma coisa que notei também - insistiu a pata - é que na hora de dar início a procriação não é só o macho que fica por cima, isso sem contar que ele não fica beliscando a cabeça da fêmea como vocês fazem.
Ao ouvir isso o pato não aguentou: - OK, eles podem até não beliscar e tal, isso não me incomoda. O que eu acho estranho é que, enquanto no início é assim, quando a relação chega no final começam a nos imitar!
Como assim,nos imitar? - espantou-se a pata.
Claro! - o pato falou estufando o papo e, balançando o rabo todo garboso arrematou - Vai dizer que nunca percebeu o fim das relações deles, humanos, quase sempre acaba em patadas? QUA, QUA, QUA.
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